12 de julho de 2010


Foram os olhos. Não exatamente a cor, não exatamente a forma.
Foi a combinação da etérea semelhança daqueles olhos que fizeram,
por rápidos instantes, interromper e imediatamente acelerar o ritmo do meu corpo.
Respiração, circulação, batimentos cardíacos. Talvez tudo isso, talvez nada disso.
Emoção. Prazer e tensão de lembrar um olhar. Outros olhos resgatados da memória por
aqueles revelados em um breve relance. Um meio movimento de um rosto que fez o meu se
voltar para o mar. Sobre a água, uma névoa suave que não me permitia ver, mas não me
impedia de enxergar além da baía. Veio de lá a presença recordada que me acompanhou até
a chuva no fim do dia. Choveu no fim e isto basta.

- Roberta Cavalcanti

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